Quando falamos em amor, carinho e desejo, muitas pessoas ainda associam esses sentimentos apenas à juventude. Mas a verdade é que o amor não tem data de validade, e a sexualidade também não. No Dia dos Namorados, é fundamental refletirmos sobre um tema que ainda é cercado de tabus: a sexualidade na terceira idade.
A sexualidade não está restrita ao ato sexual. Ela envolve afetividade, desejo, toque, troca, conexão e autoestima. E tudo isso continua presente, sim, na vida de quem envelhece. O corpo muda, é verdade. Mas o desejo de amar, de ser amado, de ter companhia, de viver momentos de intimidade e cumplicidade, permanece vivo.
Neste artigo, que preparamos especialmente para refletir sobre o Dia dos Namorados, vamos falar sobre a importância da afetividade, da intimidade e do amor na vida de quem envelhece e como é essencial quebrar os mitos que cercam esse tema.
Envelhecer não significa abrir mão do amor
Ao contrário do que muitos pensam, o desejo, a paixão e a busca por intimidade não desaparecem com o tempo. O que muda, na verdade, são as formas de viver essa sexualidade.
A maturidade traz um olhar mais generoso sobre o próprio corpo, sobre as emoções e sobre os relacionamentos. Muitas vezes, o que antes era fonte de inseguranças se transforma em aceitação. O prazer se reinventa. O toque ganha mais importância. O carinho se torna protagonista.
E não estamos falando apenas de relações sexuais. Beijos, abraços, conversas íntimas, cumplicidade, dormir de mãos dadas, tudo isso é sexualidade. É expressão de amor, de desejo e de conexão.
Quais são os desafios da sexualidade na terceira idade?
Embora o amor não tenha idade, é inegável que existem desafios a serem enfrentados:
1. Preconceito e tabu social
A sociedade, muitas vezes, trata a sexualidade dos idosos como algo “inexistente” ou até “inapropriado”. Demonstrações de afeto entre pessoas mais velhas ainda geram estranhamento, comentários maldosos e olhares desconfortáveis.
2. Mudanças no corpo
O processo de envelhecimento traz alterações hormonais, físicas e emocionais. Algumas condições de saúde, uso de medicamentos ou limitações físicas podem interferir na sexualidade, mas não a anulam. Ela se adapta e se transforma.
3. Falta de informação e diálogo
Tanto as próprias pessoas idosas quanto suas famílias, cuidadores e profissionais de saúde, muitas vezes, não sabem como lidar com essa questão, o que gera silenciamento, vergonha ou até restrições desnecessárias.
Sexualidade e cuidado: como lidar?
No contexto de cuidados domiciliares, como oferecemos aqui na Integrare, é essencial ter sensibilidade e respeito para compreender que a sexualidade continua sendo parte da vida da pessoa idosa.
Isso significa:
- Respeitar os vínculos afetivos, sejam eles amorosos, de amizade ou familiares.
- Incentivar o autocuidado, que também envolve vaidade, autoestima e bem-estar emocional.
- Acolher as manifestações de carinho, sejam elas físicas ou verbais.
- Evitar infantilizar o idoso, reconhecendo seus desejos, escolhas e necessidades emocionais.
Para idosos que estão em condição de maior dependência, a sexualidade pode se manifestar através do desejo por proximidade, do carinho, da escuta, do toque respeitoso e da necessidade de se sentir amado, valorizado e pertencente.
Afinal, o amor não envelhece
Neste Dia dos Namorados, queremos reforçar uma mensagem muito importante: o amor não tem idade. A afetividade, o desejo, a necessidade de ser amado, de ter companhia, de viver momentos de intimidade e conexão, são direitos de todos.
É papel da sociedade, das famílias e dos profissionais de cuidado romper com os preconceitos e construir uma visão mais sensível, humana e realista sobre o envelhecimento.
Na Integrare, cuidamos entendendo que cada pessoa carrega não só uma história de vida, mas também sonhos, afetos, desejos e a necessidade de continuar se sentindo viva em todos os sentidos. Porque cuidar também é amar. E o amor, assim como o cuidado, nunca envelhece.